Sarau Brazil

A Orquestra de Câmara Paulista (OCP) lançou, no final de 2006, o CD Sarau Brazil, disco que faz um resgate de preciosidades da música nacional que, em sua maioria, têm pouco registro fonográfico – são composições de nomes como Carlos Gomes, Alberto Nepomuceno, José Maurício Nunes Garcia, Francisco Braga e Xisto Bahia entre outros. A obra que comemora 10 anos ganha primeira edição do álbum no formato digital pela gravadora Kuarup, O CD foi lançado originalmente pela gravadora Rio 8 Fonográfica com patrocínio do grupo Lacan.

O título contextualiza o resgate artístico promovido pela obra. Sarau deriva das reuniões culturais comuns à época das composições, onde artistas se reuniam num clima informal para expor suas obras; e Brazil, com z, reproduz o modo como o nome de nosso país era grafado naqueles tempos.

O regente e diretor artístico da OCP, Branco Bernardes, explica que a gravação do CD casa perfeitamente com uma inquietação que o incomodava: “como é possível que eu conhecesse mais a música francesa do século XVIII do que o nosso maxixe?”. Para Bernardes, há uma espécie de “xenofobia invertida” na apreciação cultural, que faz com que as produções estrangeiras, pelo simples fato de serem “importadas”, sejam mais valorizadas no Brasil.

EVENTOS

As apresentações de Sarau Brazil, assim como os demais projetos da Orquestra de Câmara Paulista, seguem o conceito fácil de entender, gostoso de ouvir. Com o objetivo de quebrar barreiras em relação à música erudita, apresentando-a como um produto acessível e uma experiência cultural única, a OCP formata seus trabalhos de acordo com o público de cada ocasião, nos mais diversos eventos empresariais, como convenções, lançamentos de produtos, comemorações etc. Os concertos da OCP têm como principal característica a interação com o público, quando o regente explica a origem e história das músicas e estimula a participação dos espectadores. Por isso a sintonia tão grande do trabalho da orquestra com a proposta de sarau.

NEGÓCIOS

Uma verdadeira organização empresarial: ao contrário do que muita gente pensa, a organização administrativa de uma orquestra é muito semelhante a das grandes empresas. No dia-a-dia da OCP, além da equipe de músicos e do maestro Branco Bernardes, outros profissionais fazem o trabalho de bastidores para que os espetáculos aconteçam: departamento comercial, assessoria de imprensa, conselho administrativo. Em paralelo, o próprio funcionamento da orquestra em si, ou seja, a sintonia dos músicos, sob a regência da batuta do maestro, as relações de interdependência entre os “departamentos”, para que o resultado saia em perfeita harmonia, nos dá um grande aprendizado que pode ser aplicado nas empresas. A OCP realiza workshops para grupos empresariais, mostrando de forma lúdica como buscar essa harmonia nas organizações.

MÚSICAS DO ÁLBUM

SOBRE O MAESTRO BRANCO BERNARDES

Graduou-se bacharel em violino pelo Instituto de Artes da Unesp, sob a orientação do violinista Ayrton Pinto. Em 1991 iniciou sua especialização em regência orquestral sob orientação do maestro Eleazar de Carvalho, de quem foi discípulo durante cinco anos. Foi professor de música de câmara na Faculdade Carlos Gomes e de violino e viola da Escola Municipal de Música e da Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA), onde também criou e dirigiu o Coro Infantil e a Orquestra Infanto-Juvenil. Apontado pela crítica como regente dotado de grande sensibilidade, invenção e energia, possui um repertório amplo, que abrange desde obras-primas da música antiga até os mestres do século XX. Obras inéditas e primeiras audições são frequentes em seus programas, tais como as óperas Le Devin du Village, de Jean-Jacques Rousseau, e Cavalcanti de Ezra Pound. Idealizou o Festival de Inverno de Ilha Solteira, tendo sido seu diretor artístico (2001). Mestrando em regência de orquestra sob orientação de Eduardo Ostergreen (Unicamp), atualmente é curador do Mapa Cultural Paulista, da Secretaria de Estado da Cultura.

SOBRE A ORQUESTRA DE CÂMARA PAULISTA

A história da Orquestra de Câmara Paulista se inicia no segundo semestre de 1995 quando a partir de convite feito por Aylton Escobar, Branco Bernardes organiza a Orquestra de Cordas da Universidade Livre de Música da Secretaria de Estado da Cultura. As exigências de aprofundamento e expansão artística propiciaram a inclusão de instrumentos de sopro em 1998. A partir dessa fase, o grupo desvincula-se da Universidade Livre de Música e passa a se chamar Orquestra de Câmara Paulista, tendo como seu primeiro local de ensaios o Teatro São Pedro.

A Orquestra de Câmara Paulista apresentou seus espetáculos em teatros, salas de concertos, centros culturais e espaços alternativos tais como: Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro e São Paulo); Teatro Municipal de São Paulo e Memorial da América Latina.

SOBRE O GRUPO LACAN

O Grupo Lacan possui unidades de negócio na área de comunicação e de investimentos. Na área de comunicação, sua especialidade é construir ferramentas personalizadas de informação estratégica para seus clientes. Na área financeira, o grupo atua como administrador de recursos. Mais informações em www.grupolacan.com.br.