
Pantanal Sinfônico
Gênero: InstrumentalJá está disponível nas plataformas digitais o álbum Pantanal Sinfônico, disco do músico Milton Guapo em parceria com a Orquestra de Matogrosso, lançado pela produtora e gravadora Kuarup. Sobre a inspiração dos temas o músico declara que nasceu à beira do rio Paraguai e é descendente de estirpe pantaneira com mais de dez gerações, o que o coloca como parte da formação antropológica da musicalidade histórica dessa região. A Sinfonia Nativa Rio Paraguai em Quatro Movimentos não é só uma obra musical, mas um testemunho autóctone de um nativo atemporal da alma desse grande rio. Tal como o tema Canto Guacho que originalmente tem letra e retrata o poeta, o cavalo pantaneiro e o ribeirinho diante da ameaça furtiva que o Pantanal sofre ao longo desses anos, aqui é executado num arranjo instrumental belíssimo. O hino alusivo Rondon, Transcendência de um Avatar, homenageia o Marechal Cândido Rondon e o magistral Rasqueado Contemporâneo, obra do compositor Marcos Levi de Barros, consolida a produção do álbum Pantanal Sinfônico, impecavelmente executado pela Orquestra do Estado de Mato Grosso, sob regência do maestro Leandro Carvalho. Além de musical, esta obra possui uma tônica social, econômica, política e turística que aponta para o futuro da América portuguesa e espanhola. Em suma, é um entrelaçamento poético sonoro dos corações e mentes do povo latino-americano, de visões ecológicas, artísticas e políticas que possibilitará um melhor entendimento diplomático e, com isto espero eu, que termine a antiga crítica de sociólogos e líderes: o Brasil está de costa para a América de língua espanhola.
Sobre as Músicas
1º Nostalgia: Um guri a beira do rio que sentia que a vida era um labirinto de renascer, num tempo em que som de bandoneon, violão e o movimento de barcos e pequenas canoas, fazia parte do seu dia a dia. Essa reverberação nostálgica ainda permeia o cantar desse guri até hoje.
2ª As Alegres Lavadeiras: Numa espécie de suíte antropológica, esse tema busca o cantar espontâneo das lavadeiras do rio Paraguai. Elas não cantam numa certa hora do dia tal como os pássaros. Elas cantam quando sentem agraciadas por algum acontecimento pessoal, por se sentir feliz, ou quando estão com o coração partido, por algum amor não correspondido, ansiando pela distância do seu querer. Foi a estampa mais antiga e, que hoje praticamente desapareceu. Dedicado à minha mãe Maria de Lima Pinho.
3ª Transformações e Incertezas: É uma insinuação minimalista que procura vislumbrar a ameaça da “marcha do progresso”, com a construção de portos para veiculação de barco de grande porte, o qual é visto pela população ribeirinha como um futuro incerto e possível genocídio do rio e da cultura local.
4ª Eterno Caminho Platino: A esperança em forma de uma agreste harpa paraguaia, irrompe neste último movimento, para caracterizar a “platinidad”, o jeito doce e cáustico do temperamento local. Finaliza com a incidência do som do Pericón, um folguedo cultuado no Paraguai, Argentina, Uruguai e, que deixou pós-Guerra do Paraguai, suas marcas na tradição do grupo folclórico Flor Ribeirinha, da comunidade de São Gonçalo Beira Rio em Cuiabá, através do violinista já falecido, Sr. Antônio Lopes.
5ª Rondon, Transcendência de um Avatar: É um hino alusivo ao maior sertanista mato-grossense que colocou o Brasil inteiro em comunicação, ao espalhar as linhas telegráficas em toda fronteira leste do país. Grande líder que falava 19 idiomas indígenas além do inglês, alemão e francês e, que no começo do século XX, demonstrou junto com o já falecido ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt, a maior lição de humanismo e empreendimento para a era de comunicação a distância que estava apenas começando.
6ª Canto Guacho, tema musical originalmente cantado, mostra um canto de exaltação do compositor diante da depredação de um dos rios da sua infância.
7ª Rasqueado Contemporâneo: Composição de vanguarda do músico também mato-grossense Marcos Levi de Barros, o qual faz uma elaboração para orquestra, com a nossa dança popular, o rasqueado cuiabano. Pela primeira vez, que uma obra regional na modalidade da escola contemporânea, foi gravada e mostrada pela Orquestra do Estado de Mato Grosso. Dedicado ao compositor e professor da UFMT, Roberto Victório.
Sobre Milton Guapo
Nascido em 1951 em Cáceres, no estado de Mato Grosso, Milton Pereira de Pinho Guapo é filho de pai violeiro e tio cantor, que se expressava em várias línguas como o português, espanhol e guarani. Sua avó paterna, Yolanda Widal de Pinho, era pianista, seu avô materno, Zacarias Pereira de Lima era cururueiro (violeiro folclórico). Guapo teve uma educação musical bem colocada pelo pai professor, matemático e físico, que considerava importante educar os ouvidos com todo tipo de música, para distinguir a qualidade. A vivência no Pantanal somada a riqueza sonora de sons de pássaros e animais, bem como o meio popular, bailes, festas de santo e outros festejos populares, influenciaram Guapo.
De sua mãe, Maria de Lima Pinho, lavadeira ribeirinha, herdou e aprimorou o gosto popular pelas lendas e mitos ribeirinhos. A mistura da influência paterna e materna provocou o vivo interesse pela ciência e pela sensibilidade do conhecimento empírico popular, que lhe suscitou o jeito autodidata de músico e pesquisador. Com 18 anos começou a tocar violão e nunca mais largou. Depois viveu em Goiânia e no Rio de Janeiro onde pesquisou o samba no Morro do Estácio. Em 1976, mudou-se para São Paulo e tornou-se funcionário da extinta Fepasa – Ferrovia Paulista S/A. Conheceu a música sertaneja de raízes e nas férias de trabalho pesquisou a música latino-americana, buscando as raízes dos rasqueados mato-grossense, viajando pelo Paraguai, Argentina e Bolívia. Em 1985, já em Cuiabá, uniu seus conhecimentos com Vera Bagetti, Zuleica Arruda e Marques Caraí, nascendo daí a ideologia musical Vanguarda Nativista. Depois de representar Mato Grosso em várias partes do país e fora, em 1994 suas músicas Canto Guacho e Velho Chamame foram trilhas musicais do seriado A Lenda, da extinta TV Manchete, dirigida por Marcos Schechtman (hoje diretor na Rede Globo). Em 1996 grava seu primeiro disco Pantanal Branco e Preto. Em 2000 grava o segundo álbum chamado Resto de Guarânia. Foi compositor de várias trilhas musicais para cinema como: Animando o Pantanal pelo Núcleo de Cinema de Campinas-SP, premiado na China no Festival Anima Mundi em 1990. Também fez trilha para os filmes Rondon o Último dos Bandeirantes’ Baile Pantaneiro, Divisão de Mato Grosso e O Poeta Silva Freire dentre outros. É autor do livro Remedeia com que tem, um mapeamento histórico musical da composição matogrossense. Idealizou e coordenou o projeto Rua do Rasqueado que resgata a dança popular mato-grossense. Foi o primeiro músico mato-grossense a representar o estado no evento Mato Grosso States Cultural, realizado em novembro de 2005, em Washington-DC, capital americana, com o show-recital Searching For The Lost River, fechando a quinzena cultural de Mato Grosso nos Estados Unidos.
Sobre Orquestra do Estado de Mato Grosso
Criada em 2005, no coração da América Latina, a Orquestra do Estado de Mato Grosso valoriza a cultura mato-grossense em diálogo com a música universal, definindo uma sonoridade singular, com repertórios e timbres únicos. Em pouco mais de uma década de atuação, a Orquestra de Mato Grosso realizou mais de 600 apresentações em todo o Brasil. Concertos gratuitos ou a preços populares, para um público anual de aproximadamente 100 mil pessoas. Em Mato Grosso, as apresentações da OEMT chegaram a 24 municípios. Pelo Brasil, são mais de 110 concertos em 22 estados brasileiros de todas as regiões, contemplando mais de 100 cidades de todo o país. Em 11 temporadas, apresentou 97 programas diferentes (repertórios), incluindo mais de uma centena de composições fundamentais da literatura universal, além de composições e arranjos encomendados especialmente para o grupo. Aqui vale destacar Concerto Para Viola de Cocho e Orquestra, escrita especialmente para Orquestra do Estado de Mato Grosso por Ernst Mahle; o grupo de composições baseado nos 26 prelúdios fundamentais do mineiro Flausino Vale; Festa da Santidade, peça em seis movimentos escrita por Danilo Guanais; Concerto de Fronteira, escrita para OEMT por Yamandu Costa, com quem gravou um disco lançado pela Kuarup. Já gravou quatro DVDs, 16 discos (ainda seis a serem lançados), recebeu 11 maestros de prestígio internacional, 43 solistas convidados, atendeu mais de 320 instituições de ensino da rede pública e privada de Cuiabá, Várzea Grande, Nobres e Diamantino, pela série de Concertos Didáticos. Em 2009, foi finalista do XII Prêmio Carlos Gomes de Ópera e Música Erudita, a mais importante premiação do gênero. A OEMT está sobe a direção artística e regência de um dos maiores talentos brasileiros da atualidade, o maestro Leandro Carvalho, reconhecido em 2008 pelo Anuário Viva Música (a mais importante publicação do ramo) como uma das dez personalidades de maior importância da década, na música de concerto. Em 2014 a OEMT foi convidada a apresentar seu case de sucesso num dos mais relevantes encontros do setor, o Classical Next, realizado em Viena, na Áustria e em 2006, a Orquestra foi convidada a participar, na Bolívia, do mais importante festival de música barroca e renascentista do mundo, o VI Festival Internacional Misiones de Chiquitos. Sua trajetória foi destaque no Transform Orchestra Leadership (TOL), conferência internacional que reúne importantes profissionais do setor orquestral. A Orquestra do Estado de Mato Grosso integra a política cultural do governo do Estado de Mato Grosso, sendo reconhecida pelo Decreto Governamental n. 415, de 05 de julho de 2007, como Organização Social da Cultura e pelo Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
Sobre Orquestra do Estado de Mato Grosso
Criada em 2005, no coração da América Latina, a Orquestra do Estado de Mato Grosso valoriza a cultura mato-grossense em diálogo com a música universal, definindo uma sonoridade singular, com repertórios e timbres únicos. Em pouco mais de uma década de atuação, a Orquestra de Mato Grosso realizou mais de 600 apresentações em todo o Brasil. Concertos gratuitos ou a preços populares, para um público anual de aproximadamente 100 mil pessoas. Em Mato Grosso, as apresentações da OEMT chegaram a 24 municípios. Pelo Brasil, são mais de 110 concertos em 22 estados brasileiros de todas as regiões, contemplando mais de 100 cidades de todo o país. Em 11 temporadas, apresentou 97 programas diferentes (repertórios), incluindo mais de uma centena de composições fundamentais da literatura universal, além de composições e arranjos encomendados especialmente para o grupo. Aqui vale destacar Concerto Para Viola de Cocho e Orquestra, escrita especialmente para Orquestra do Estado de Mato Grosso por Ernst Mahle; o grupo de composições baseado nos 26 prelúdios fundamentais do mineiro Flausino Vale; Festa da Santidade, peça em seis movimentos escrita por Danilo Guanais; Concerto de Fronteira, escrita para OEMT por Yamandu Costa, com quem gravou um disco lançado pela Kuarup. Já gravou quatro DVDs, 16 discos (ainda seis a serem lançados), recebeu 11 maestros de prestígio internacional, 43 solistas convidados, atendeu mais de 320 instituições de ensino da rede pública e privada de Cuiabá, Várzea Grande, Nobres e Diamantino, pela série de Concertos Didáticos. Em 2009, foi finalista do XII Prêmio Carlos Gomes de Ópera e Música Erudita, a mais importante premiação do gênero. A OEMT está sobe a direção artística e regência de um dos maiores talentos brasileiros da atualidade, o maestro Leandro Carvalho, reconhecido em 2008 pelo Anuário Viva Música (a mais importante publicação do ramo) como uma das dez personalidades de maior importância da década, na música de concerto. Em 2014 a OEMT foi convidada a apresentar seu case de sucesso num dos mais relevantes encontros do setor, o Classical Next, realizado em Viena, na Áustria e em 2006, a Orquestra foi convidada a participar, na Bolívia, do mais importante festival de música barroca e renascentista do mundo, o VI Festival Internacional Misiones de Chiquitos. Sua trajetória foi destaque no Transform Orchestra Leadership (TOL), conferência internacional que reúne importantes profissionais do setor orquestral. A Orquestra do Estado de Mato Grosso integra a política cultural do governo do Estado de Mato Grosso, sendo reconhecida pelo Decreto Governamental n. 415, de 05 de julho de 2007, como Organização Social da Cultura e pelo Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
Sobre Leandro Carvalho, regente principal e diretor artístico da OEMT
Conhecido por sua vitalidade e abordagem singular de ampla variedade de repertórios, Leandro Carvalho é considerado um dos mais proeminentes maestros brasileiros da nova geração. Apontado como um dos dez artistas de maior importância na última década na música de orquestra no Brasil pela revista Viva Música!, uma das principais publicações do setor, Leandro é um dos fundadores da Orquestra do Estado de Mato Grosso. Em 2013 e 2014 fez residência artística (conducting fellowship) na prestigiada Philadelphia Orchestra, nos Estados Unidos, e de 2011 a 2013 foi regente assistente na Orquestra Sinfônica Brasileira, no Rio de Janeiro, quando teve a oportunidade de dirigir concertos com grandes solistas como Daniil Trifonov, Simone Dinnerstein, Lenine e Gilberto Gil. Com a Orquestra de Mato Grosso, de 2005 a 2016, sob sua direção, foram apresentados mais de 600 concertos, distribuídos em diferentes séries, em diversos municípios de Mato Grosso e do Brasil, com destaque para duas grandes turnês realizadas em 2008 quando a OEMT apresentou 162 concertos em 92 cidades de 22 estados brasileiros. Com a OEMT, Leandro Carvalho gravou 15 discos e quatro DVDs com obras inéditas e de compositores consagrados, também com grandes instrumentistas como Yamandu Costa, Turibio Santos, Antonio Del Claro, Emmanuele Baldini, Roberto Correa, Pablo Agri, Carlos Corrales, Ivan Vilela e Renato Teixeira entre outros. Leandro Carvalho graduou-se em Música Erudita em São Paulo, fez pós-graduação em Regência Orquestral na Holanda e na Järvi Academy, na Estônia. Participou de festivais, na classe de regência, na Inglaterra e no Brasil (Campos do Jordão) e de master classes com os maestros Valery Gergiev e Kurt Masur. Nos Estados Unidos, desenvolveu-se como regente sob a orientação de Leonid Grin. Como instrumentista gravou nove CDs, lançados no Brasil e exterior com destaque para os duos com Turíbio Santos e Baden Powell. Seu trabalho como pesquisador apresenta uma visão singular da cultura brasileira, sintetizada na dissertação de mestrado “… e o estrepitoso zabumba põe tudo em alvoroço”, elaborada com a orientação do escritor Ariano Suassuna e apresentada no departamento de pós-graduação em História Social da Universidade Federal de Pernambuco. Leandro Carvalho foi finalista da “Svetlanov International Conducting Competition” em Paris, com a ‘Orchestre Philharmonique de Radio France’, em junho de 2014. Foi Secretário de Cultura do Estado de Mato Grosso.
Músicas
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Canto Guacho
Intérprete: Guapo, Leandro Carvalho, Orquestra do Estado de Mato Grosso Autoria: Milton Pereira de Pinho "Guapo"
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Rondon, Transcendência de um Avatar
Intérprete: Guapo, Leandro Carvalho, Orquestra do Estado de Mato Grosso Autoria: Milton Pereira de Pinho "Guapo" Participações: Marcos Levi
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Rasqueado Contemporâneo
Intérprete: Guapo, Leandro Carvalho, Orquestra do Estado de Mato Grosso Autoria: Marcos Levi de Barros Participações: Marcos Levi
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Sinfonia Nativa Rio Paraguai: l. Movimento "Nostalgia"
Intérprete: Guapo, Leandro Carvalho, Orquestra do Estado de Mato Grosso Autoria: Milton Pereira de Pinho "Guapo"
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Sinfonia Nativa Rio Paraguai: II. Movimento "As Alegres Lavadeiras"
Intérprete: Guapo, Leandro Carvalho, Orquestra do Estado de Mato Grosso Autoria: Milton Pereira de Pinho "Guapo"
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Sinfonia Nativa Rio Paraguai: III. Movimento "Transformações e Incertezas"
Intérprete: Guapo, Leandro Carvalho, Orquestra do Estado de Mato Grosso Autoria: Milton Pereira de Pinho "Guapo" Participações: Marcos Levi
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Sinfonia Nativa Rio Paraguai: IV. Movimento "Eterno Caminho Platino"
Intérprete: Guapo, Leandro Carvalho, Orquestra do Estado de Mato Grosso Autoria: Milton Pereira de Pinho "Guapo" Participações: Marcos Levi